10 anos depois voltei às festas de S. João de Arga. Depois de uma curta viagem estamos a subir a Serra D'Arga, passamos a freguesia de S. Joáo de Arga e rumamos a caminho de Arga de Baixo. As festas decorrem num antigo mosteiro entre estas duas freguesias. O mosteiro encontra literalmente no meio do nada como pode ser verificado aqui.
Isso não impede de toda a estrada entre as duas freguesias estar pejada de carros estacionados e todas as artérias próximas (como por exemplo a que vai em direcção às heólicas da Serra) estarem também cheias. Pergunto-me como podem caber tantas pessoas num espaço pequeno. O meu irmão ainda tentou contar, mas quando passou dos 100 carros e ainda nem tinhamos andado significativamente.. desistiu.
Depois da penosa tarefa de estacionar o carro, andamos mais de 20 minutos (e a descer) até chegar ao centro da festa. Pelo meio cruzamo-nos literalmente por todo o tipo de pessoas e reparamos num pequeno pormenor que faz com que esta festa seja diferente. Não se percebe em nenhum sítio o som de música gravada. Tudo o que se houve é tocado ao vivo.
O caminho em direcção ao mosteiro estava cada vez mais cheio, o som das músicas era cada vez mais alto. Passamos por imensos duelos onde as armas eram substituídas pelas concertinhas e palavreado de muito bom humor. Mesmo assim foi relativamente fácil de chegar ao centro, ao interior do recinto do mosteiro. Aí a massa humana era enorme.. e toda a gente a ouvir o duelo entre duas bandas filarmónicas entre os "shots" de bagaço com mel ou da simples cerveja.
Fiquei simplesmente pasmo com o duelo. As bandas tocavam músicas relativamente bem conhecidas e era normal toda a gente dançar/saltar e entoar as músicas dos Xutos e outros nomes badalados da pop portuguesa. Depois de uma das bandas sair claramente derrotada (pessoalmente até achei que tocavam melhor, mas as músicas não eram tão divirtidas e os músicos não "entravam" tanto na festa), a banda vencedora arrebatou o povo com o "Apita o Comboio" em que até teve lugar algum mosh.
Sim, eu vi pessoal a fazer mosh ao som do Apita o Comboio... :D
Depois disto foi continuar a beber, ouvir os cantares ao desafio e partilhar de toda a boa disposição reinante.
No fundo, a fama de ser a romaria mais castiça de todas é realmente um facto.
Outras opiniões sobre a festa:
http://nuceartes.blogs.sapo.pt/4186.html
http://diasquevoam.blogspot.com/2009/05/sao-joao-darga.html
http://vilapraiadeancora.blogs.sapo.pt/54374.html
LBaixinho
No computador lá em casa decidi não utilizar o WinAmp para ouvir música como sempre fiz. Comecei a utilizar o Media Player e aos poucos estou a habituar-me à forma de funcionamento. Achei interessante as várias formas como ele classifica os álbuns, por ano, intérprete, classificações, etc.. incluindo género.
Classificar um dado album num determinado género facilmente se pode tornar num assunto discutível.. por vezes até acontece momentos insólitos como o que dá título a este post.
Claro que se nota que o sistema é americano e tudo o que náo é "cantado" em inglês cai no saco da World Music.. :D
LBaixinho
Fui ontem (depois de 10 anos de intervalo) e este vídeo não consegue mostrar a festa que aquilo é.
LBaixinho
Terminei ontem a terceira temporada da série.
A história avançou imenso com a destruição de dois já conhecidos e poderosos Goa'uld (Sokar e Hathor), o ressurgimento de Apophis, um conhecimento maior sobre os Asgard (e os seus inimigos), To'kra, Nox e Tolan.
Apesar de alguns episódios serem manifestamente fracos, outros já foram da minha preferência e até me lembrava deles. Como por exemplo o A Hundred Days (03-17), Shades of Grey (03-18), Jolinar's Memories (03-12) e Forever in a Day (03-10).
Entretanto já vi mais alguns episódios da quarta temporada :)
(3/5)
LBaixinho
Uma crítica que encontrei no Cinecartaz do Público sobre o último filme do Miyasaki, Ponyo.
A nova animação de Miyazaki evita com total rigor o maniqueísmo da imensa maioria das histórias infantis e o cansaço da animação digital robotizada.
"Ponyo à Beira-Mar", livremente inspirado em "A Pequena Sereia", de Hans Christian Andersen, é uma longa-metragem de animação assinada pelo nome prestigioso de Hayao Miyzaki, conhecido entre nós por dois enormes sucessos anteriores, "A Viagem de Chihiro" (2001) e "A Princesa Monokoke" (1997): Sosuke, um azougado rapaz que vive numa casa no topo de uma falésia com o pai, capitão de um navio, e a mãe, empregada num lar de idosos, encontra aprisionada uma criança-peixe vermelha, decidindo guardá-la num balde de praia verde. Fascinada pelo mundo dos humanos, a menina-peixe afronta o pai, poderoso feiticeiro, outrora humano, que a quer prender no fundo do mar, e regressa ao convívio do amigo, roubando o elixir da vida, e, com a ajuda da mãe, deusa das águas (uma espécie de deslumbrante Iemanjá) e das irmãs transformadas em gigantescas vagas, capazes de submergirem toda a aldeia, consegue alcançar os seus intentos.
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Desenhado por uma extensa equipa de mais de trezentos desenhadores, com base na estética da aguarela, em cores pastel e com imensa energia visual, o filme evita com total rigor o maniqueísmo da imensa maioria das narrativas infantis e uma dimensão sado-masoquista predominante. Em vez disso, opta, dentro de uma extrema simplicidade de processos e de definição de personagens, por uma perspectiva ecológica, insistindo na harmonia entre a figuração humana e o meio ambiente, com o cuidado de preservar a acessibilidade dos mais novos, embora sem nunca cair na tentação da imbecilidade redutora: menos "adulto" do que "A Princesa Mononoke", menos rebuscado em termos de desenho do que "A Viagem de Chihiro", este "Ponyo" aspira a atingir um público-alvo, facilmente encantado com o lado feérico das transformações visuais (veja-se a fascinante configuração da mãe, entre a fada-madrinha e a rainha boa), próximo dos contos de fadas, mas suficientemente verosímil para nunca forçar a nota e desejar a alienação num mundo "irrealista". Sosuke é um rapazinho vulgar e o seu quotidiano torna-se facilmente identificável, embora contaminado pela magia da fábula, com ondas antropomórficas ou barcos de brinquedo que aumentam de tamanho e bolhas gigantes que permitem respirar debaixo de água.
Para os mais velhos (porque se trata com efeito de um filme para todos), valerá a pena alertar para a belíssima relação intrínseca com as estampas dos mestres japoneses (sobretudo Hokusai), integrando-as com inteligência num universo pictórico mais ambicioso: os navios metamorfoseiam-se em cidades luminosas, as estradas da costa em linhas curvas e serpentes gráficas, os mares em paisagens submarinas de sedutor mistério, em fusão com a terra em que os ecossistemas prosperam, a lua atinge proporções demenciais e as crianças aumentam e diminuem de tamanho, como se estivéssemos no universo alegórico do Swift de "As Viagens de Gulliver", pensado mais como sátira do que como produto para consumo infanto-juvenil. E, no entanto, a "mensagem" persiste: o triunfo da inocência infantil, do amor maternal (do amor em geral como valor indiscutível), do respeito pelos mais velhos, soerguidos das cadeiras de rodas, correndo, para ganharem uma nova vida autónoma (porque nos lembrámos de "Cocoon"?) e útil. Tudo sem ponta de demagogia, nem um olhar auto-complacente.
Mas regressemos a uma peculiar questão formal, cansados que estamos de uma animação digital e robotizada, sem alma e reproduzindo até ao infinito estereótipos de um confrangedor facilitismo: "Ponyo" opera, embora sem patéticos passadismos, um retorno a processos tradicionais e a todo um trabalho de combinação de cores e de efeitos manuais, transfigurando, inclusive, a relação directa com o fantástico, de cambiantes neo-românticas.
Claro que haveria outras interessantes leituras a sugerir, de cariz psicanalítico (a criação de um renovado inconsciente colectivo), de contornos autobiográficos (uma infância possivelmente decalcada a partir das memórias felizes do animador), mas o essencial passa pela afirmação de que ficção infantil não tem de (não deve) servir de trampolim para elaborados jogos de computador. Que melhor dizer?
Mário Jorge Torres (PÚBLICO)
Project Pope por Clifford D. Simak, números 311 e 312 da colecção Argonauta da editora Livros do Brasil.
Livro que relata a história à volta de um projecto de um grupo de autómatos na criação de um papa perfeito para uma religião perfeita. Mas apesar do projecto ser levado a cabo por autómatos, os personagens principais são humanos e a participação de seres de outras espécies é fundamental.
O tema deriva para o duelo entre a importância do conhecimento versus a importância da fé e onde são dadas a conhecer formas bem estranhas de vida inteligente.
Livro interessante e com um andamento fácil de seguir.
(3/5)
LBaixinho
Apesar de um tipo de história que já foi imensamente explorada em meios como a BD, livros e jogos de PC, o próximo filme do Cameron está na minha lista de filmes a ver aquando da estreia.
A razões podem ser verificadas com este vistoso trailler ou através do site oficial aqui.
LBaixinho
Li ontem o primeiro tomo desta história que faz parte da série de banda desenhada que mais aprecio. Conheci as Cidades Obscuras de Schuiten e Peeters no final do Verão de 99 e desde aí que tenho tentado comprar a versão portuguesa de todos os livros. Segundo a lista do Público (ver link no fim) só me falta o quinto volume.
Quanto a este livro a dupla belga continua a surpreender ao voltar a criar algo novo e original na BD. Desta vez ao criar um albúm a duas cores com a aplicação de uma terceira (branco) para realçar pontos chave da história. A própria imagem acima dá para verificar isso mesmo. O argumento e o desenho estão ao nível habitual da série com um tempo e estilo muito próprio.
Agora resta esperar um ano para conhecer a conclusão desta história.. a menos que acontece como A Fronteira Invisível em que só o primeiro tomo é que foi publicado em português,,
Link para o post no blog sobre BD do Público.
LBaixinho
Ouvir de novo NIN levou-me a descobrir músicas para mim desconhecidas ou que já não me lembrava. Esta era uma delas em que adoro a versão "calma" ou ainda mais a versão "unplugged" da segunda parte do albúm And All That Could Have Been.
LBaixinho
Ainda não tive oportunidade de deixar aqui a minha opinião sobre o concerto dos Nine Inch Nails em Paredes de Coura.. por isso fica aqui um dos temas tocados.
LBaixinho