Ontem finalmente o dia de ver o Up. Apesar de não ser um fiel seguidor dos filmes da Pixar, este conseguiu despertar a minha atenção o suficiente para o ver.. em casa.
Gostei e não dei como tempo perdido. Existem alguns pormenores bestiais e apesar de não trazer propriamente nada de surpreendente, o filme é compenente naquilo a que se propõe: entreteter miúdos e graúdos.
(3/5)
No outro dia veio-me parar este filme às mãos. Confesso que nunca tinha ouvido falar dele, mas que o grafismo da "capa" incentivou-me a vê-lo.
Visualmente o filme é muito bom. Gosto do contexto que utilizaram e o ambiente está plenamente conseguido. A história é simples e não surpreende.
No entanto não dou o tempo como perdido e muito provavelmente até terei o prazer de rever este filme daqui a uns anos acompanhado da minha filha.
A mensagem é excelente e fácil de passar.
O problema é que.. quase de certeza que me vou esquecer dele daqui a umas semanas.
(3/5)
LBaixinho
O mal deste filmes para "toda a família" é que dificilmente consegue ser de excelência para todos os membros. Tentei ver este filme no cinema, mas a minha filhota não é apreciadora de situações mais tensas e a meio lá tivemos que sair.
Visto em casa e em versão HD (pelo menos vinha assim rotulado) fiquei parvo com a qualidade do CGI. Valeu por isso mesmo e pelas várias situações cómicas.
De resto é a mesma fórmula dos anteriores.. o que começa a cansar. Se não fosse a qualidade do CGI diria que seria um filme directo para DVD..
(1/5)
LBaixinho
Uma crítica que encontrei no Cinecartaz do Público sobre o último filme do Miyasaki, Ponyo.
A nova animação de Miyazaki evita com total rigor o maniqueísmo da imensa maioria das histórias infantis e o cansaço da animação digital robotizada.
"Ponyo à Beira-Mar", livremente inspirado em "A Pequena Sereia", de Hans Christian Andersen, é uma longa-metragem de animação assinada pelo nome prestigioso de Hayao Miyzaki, conhecido entre nós por dois enormes sucessos anteriores, "A Viagem de Chihiro" (2001) e "A Princesa Monokoke" (1997): Sosuke, um azougado rapaz que vive numa casa no topo de uma falésia com o pai, capitão de um navio, e a mãe, empregada num lar de idosos, encontra aprisionada uma criança-peixe vermelha, decidindo guardá-la num balde de praia verde. Fascinada pelo mundo dos humanos, a menina-peixe afronta o pai, poderoso feiticeiro, outrora humano, que a quer prender no fundo do mar, e regressa ao convívio do amigo, roubando o elixir da vida, e, com a ajuda da mãe, deusa das águas (uma espécie de deslumbrante Iemanjá) e das irmãs transformadas em gigantescas vagas, capazes de submergirem toda a aldeia, consegue alcançar os seus intentos.
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Desenhado por uma extensa equipa de mais de trezentos desenhadores, com base na estética da aguarela, em cores pastel e com imensa energia visual, o filme evita com total rigor o maniqueísmo da imensa maioria das narrativas infantis e uma dimensão sado-masoquista predominante. Em vez disso, opta, dentro de uma extrema simplicidade de processos e de definição de personagens, por uma perspectiva ecológica, insistindo na harmonia entre a figuração humana e o meio ambiente, com o cuidado de preservar a acessibilidade dos mais novos, embora sem nunca cair na tentação da imbecilidade redutora: menos "adulto" do que "A Princesa Mononoke", menos rebuscado em termos de desenho do que "A Viagem de Chihiro", este "Ponyo" aspira a atingir um público-alvo, facilmente encantado com o lado feérico das transformações visuais (veja-se a fascinante configuração da mãe, entre a fada-madrinha e a rainha boa), próximo dos contos de fadas, mas suficientemente verosímil para nunca forçar a nota e desejar a alienação num mundo "irrealista". Sosuke é um rapazinho vulgar e o seu quotidiano torna-se facilmente identificável, embora contaminado pela magia da fábula, com ondas antropomórficas ou barcos de brinquedo que aumentam de tamanho e bolhas gigantes que permitem respirar debaixo de água.
Para os mais velhos (porque se trata com efeito de um filme para todos), valerá a pena alertar para a belíssima relação intrínseca com as estampas dos mestres japoneses (sobretudo Hokusai), integrando-as com inteligência num universo pictórico mais ambicioso: os navios metamorfoseiam-se em cidades luminosas, as estradas da costa em linhas curvas e serpentes gráficas, os mares em paisagens submarinas de sedutor mistério, em fusão com a terra em que os ecossistemas prosperam, a lua atinge proporções demenciais e as crianças aumentam e diminuem de tamanho, como se estivéssemos no universo alegórico do Swift de "As Viagens de Gulliver", pensado mais como sátira do que como produto para consumo infanto-juvenil. E, no entanto, a "mensagem" persiste: o triunfo da inocência infantil, do amor maternal (do amor em geral como valor indiscutível), do respeito pelos mais velhos, soerguidos das cadeiras de rodas, correndo, para ganharem uma nova vida autónoma (porque nos lembrámos de "Cocoon"?) e útil. Tudo sem ponta de demagogia, nem um olhar auto-complacente.
Mas regressemos a uma peculiar questão formal, cansados que estamos de uma animação digital e robotizada, sem alma e reproduzindo até ao infinito estereótipos de um confrangedor facilitismo: "Ponyo" opera, embora sem patéticos passadismos, um retorno a processos tradicionais e a todo um trabalho de combinação de cores e de efeitos manuais, transfigurando, inclusive, a relação directa com o fantástico, de cambiantes neo-românticas.
Claro que haveria outras interessantes leituras a sugerir, de cariz psicanalítico (a criação de um renovado inconsciente colectivo), de contornos autobiográficos (uma infância possivelmente decalcada a partir das memórias felizes do animador), mas o essencial passa pela afirmação de que ficção infantil não tem de (não deve) servir de trampolim para elaborados jogos de computador. Que melhor dizer?
Mário Jorge Torres (PÚBLICO)
Encontrei este trailler da versão norte-americana do Ponyo.
Primeiro há que referir que a Disney é somente a distribuidora do filme no ocidente, visto que é produzido completamente pelos estúdios Ghibli. Isso nota-se nos filmes do Miyasaki por estarem livres do "formato americano". Além disso quando os vejo faço questão de estarem com o som original e com legendas.. a forma de estar, viver e socializar dos japoneses é muito própria e qualquer dobragem "trunca" a mensagem.
LBaixinho
Depois de ter visto o trailer no cinema fiquei bem curioso quanto ao último filme do Miyasaki, Gake no ue no Ponyo (Ponyo on the Clift).
O filme continua muito na linha dos anteriores trabalhos do Miyasaki, uma forte mensagem ecológica, história simples com muita magia e amor, as personagens principais são crianças mas a terceira idade continua presente. Também como outros trabalhos, náo há uma figura "má" definida.
Ao contrário do Howl's Moving Castle, desta vez não houve recurso a técnicas visíveis de CGI.. o que até dá um certo charme ao filme.
Bonito e enternecedor como é hábito :)
(4/5)
LBaixinho